O que nos liga? O que nos dá liga? Existe algo que liga nosso eu do passado com o eu do agora? Como enxergar essas linhas? A performance “sER.á.Linha_do” não nos responde nada disso, levanta questões, reflexões. Durante cerca de quarenta minutos a idealizadora Tamara Faifman vai, como Ariadne, tecendo linhas, cola as linhas aos corpos das outras duas performers.
À primeira vista, o título quando dito – ser alinhado – me faz pensar no alinhar-se, o ser reto, normatizado, porém quando lê o título em sua escrita ele é curvilíneo, como as linhas coladas à pele ele também é quebradiço. Existe uma continuidade na leitura ocidental, mas ainda assim ela nos permite uma diversidade de formas, assim como de corpos.
O que poderia ser um simples exercício de contato e improvisação vira uma partitura com múltiplas camadas de leituras. Também foi interessante que durante a performance o clima foi se alterando na Praça Roosevelt, existiam momentos ensolarados e outros onde nuvens fechadas cobriam os céus, esses múltiplas tempos combinaram com as linhas cruzando espaços e tempos.