Quero iniciar esta crítica destacando minha satisfação com o cenário, bem como as propostas visuais e sonoras. Para mim, esses elementos são responsáveis por transformar a experiência e torná-la singular.
A peça é uma apresentação diegética, nem sempre racional, apesar de seu título. Como indica a sinopse, ela busca ressignificar a obra de Edgar Allan Poe por meio do grotesco. Foi minha primeira vivência com esse tipo de narrativa, e, sem dúvida, representa uma maneira distinta de vivenciar o teatro.
Os recursos cênicos, sonoros e de iluminação são essenciais para construir a ambientação da trama, revelando não apenas o tom, mas também as sutilezas e detalhes de cada cena, elementos que se tornam fundamentais para a imersão e compreensão do enredo.
A cenografia, as projeções e os figurinos se destacam, pois não são apenas adereços, mas partes integrantes que comunicam e reforçam a essência da obra. Além disso, os breves diálogos entre os personagens desempenham um papel crucial: não apenas impulsionam a narrativa, mas também ressaltam informações essenciais que a peça busca evidenciar, criando uma tensão crescente e preparando o público para o clímax.
Esses recursos tornam a peça uma vivência sensorial que transcende a compreensão lógica e racional, convidando o espectador a experimentar as emoções de maneira visceral, como se estivesse dentro da própria tragédia descrita.