“Carcaça de Peixe” [Teatro Adulto] | por Douglas Ricci [blogaus]
“Carcaça de Peixe” [Teatro Adulto] | por Douglas Ricci [blogaus]

“Carcaça de Peixe” [Teatro Adulto] | por Douglas Ricci [blogaus]

Acho bonito ver um artista movendo mundos para estar em cena e apresentar ao público aquilo que traz dentro de si e que ele tem consciência de que é valioso, pois é verdadeiro. Tenho visto diversos trabalhos, não só no Festival, mas ao longo do ano que partem dessa forma de operar: vivências pessoais do artista que são transformadas em dramaturgia, e o espetáculo Carcaça de Peixe se filia a este tipo de trabalho.

O ator ao se apresentar diz que é um anjo e que tem a missão de proteger alguns seres humanos, e interessantes lampejos de narrativas começam a aparecer, como a de uma protegida dele que fez uma amarração amorosa. No entanto, esse plot parece ser abandonado sem maiores explicações para que a história do ator venha para a superfície, quando o tal anjo diz que um dia também foi humano e viveu as falências humanas como todos.

Para auxiliar a narrativa, ele lança mão de objetos de cena que utiliza de forma poética criando imagens que nos transportam ao universo que ele propõe: sua infância em uma ilha no meio do Atlântico no estado do Paraná. Destaco aqui o momento em que ele recria o som das águas do mar de ressaca com fotografias impressas em preto e branco em folhas de sulfite e um tecido.

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