O que prometemos a nós mesmos? O que nos prometem? O que cumprem, o que não cumprem? E o que fazemos a respeito? A dramaturgia em processo de Bruna Menezes propõe essas leituras metafóricas e literais do conceito de Promessa. Temos duas personagens em cena, Elisa e Josué, com elas seguimos um diálogo cartesiano, entrecortado por outras vozes, por outras promessas de vozes. Voltamos a Elisa e Josué, Elisa que antes de ser Elisa nos traz um ideal de terra prometida e nos dribla em virada de perspectiva, na primeira cena. Voltamos a Elisa e Josué. Elisa que conversa com Josué, Elisa que tenta conversar com Josué.

Escutando o diálogo dessas duas personagens não deixei de pensar na frase: ‘é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo’. Elas estão nesse limbo beckettiano, o que fazer? Como é um projeto em processo, fica a curiosidade para saber o que vai acontecer com a personagem que se despede e vai cair numa realidade virtual. Nos perderemos com ele? Ou é isso, e ele se foi para sempre? Que promessas ainda estão por vir…?

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